12/26/2006

Gafes de Natal

Hora do discurso. O anfitrião emocionado pede um momento de silêncio para reflexão.
- Hoje, estamos reunidos para comemorar o aniversário Daquele que em muitos lares não está presente fisicamente.

Os convidados se entreolham. Há mais de 2006 anos ninguém ousava fazer essa afirmação assim na lata.

12/19/2006

Equiparar pra baixo

Só uma pequena pergunta sobre a equiparação salarial dos deputados e senadores com os contracheques dos ministros do STF.
Porque a equiparação tem, necessariamente, de ser do menor para o maior salário e não o contrário?
São 11 ministros do STF, um número muito pequeno comparado aos 512 deputados e 81 senadores. Então, é muito mais lógico reduzir os vencimentos dos ministros do STF do que aumentar os salários dos congressistas, que já os complementam com 1001 benesses do Estado para o "pleno"exercício do seu mandato.
Não vou me indignar mais uma vez com o Brasil, não vale a pena. Mas acredito que um dia a lógica e o bom senso vão desembarcar nesse país. Tudo é uma questão de tempo.

Matemática Alcoólica.

Cara, pensa um pouco. Se a gente vai beber no copo mesmo, vale mais a pena levar essa Skol latona do que a de 350ml. É matemático, indiscutível.
- 10 x 1,39 dá quanto?
- Sei lá?
-Basta correr a vírgula uma casa mané. Dá 13,90.
- Sim, e daí?
- Daí que vamos levar 473 - 350 ml por lata, ou seja, 123 ml a mais por lata.
- Ohhhhhhhh
- Sério cara, 10 x 123 ml, dá 1230ml. O mesmo que 1 litro e 230 ml a mais de cerveja.
- Sim, mas a Skol de 350 é mais barata cara. Dá para levar mais. É 1,12 cada uma.
- Aparentemente doidão, aparentemente. Divida 1230 por 350. Vai dar 3,51.
- Nossa, chorei.
- Pensa mais um pouco, 10 latas de Skol 473 equivalem a 13,51 latas de 350ml, né isso?
- Tá, tá, vamos levar a latona então.
-Não, quero concluir. Quero concluir.
- Tá, conclua então.
- Perceba, se 10 latas de Skol 473 equivalem a 13,51 latas de 350ml. Então, basta multiplicar os valores de cada uma pela quantidade de lata para saber o que vale mais a pena. É lógico. 1,39 x 10 dá 13,90 e 13,51 x 1,12 dá 15,13. Ou seja, ou seja?
- Não, tudo menos Nova Schin.
- Não é issom doidao, pensa 15,13 - 13,90 dá 1,23 reais de economia.
-Putz, você é pior que a Mirian Leitão calculando o PIB Brasileiro.Mas tem uma coisa que você não pesou na sua conta.
- O quê?
- A sensação alcoólica, mané.
- E que diabo é isso?
- 13 latas de 350ml requerem mais levantadas para apanhar as cervas ma geladeira e isso dá a sensação de que você bebeu mais.Sacou?
- É mesmo, não tinha pensado nisso. Até que você não é tão burro, vamos de Kaiser a 1,05.



PS: Esse texto é uma homenagem a meus amigos Sapão e Hélder Gargalha.

12/18/2006

Equiparar pra baixo

Só uma pequena pergunta sobre a equiparação salarial dos deputados e senadores com os contracheques dos ministros do STF.
Porque a equiparação tem, necessariamente, de ser do menor para o maior salário e não o contrário?
São 11 ministros do STF, um número muito pequeno comparado aos 512 deputados e 81 senadores. Então, é muito mais lógico reduzir os vencimentos dos ministros do STF do que aumentar os salários dos congressistas que já complementam seus salários com 1001 benesses do Estado para seu "pleno"exercício do mandato. Não vou me indignar mais uma vez com o Brasil, não vale a pena. Mas acredito que um dia a lógica vai desembarcar nesse país. Tudo é uma questão de tempo.

12/15/2006

Casal estranho, mundo estranho.

Nada tenho com a vida dos outros, mas tem algumas coisas que é impossível você não reparar.Saí do trabalho tarde outro dia e passei no Pão de Açucar, como muitas vezes faço antes de ir para casa. Li a Veja da semana de graça lá e tomei duas cervejas antes de bater o sono. Ele veio. Apanhei uma cesta dessas de supermercado, comprei macarrão instatâneo, catchup, atum, camarão e uma pepsi 600ml e me dirigi ao caixa com tudo, inclusive as duas latinhas vazias de cerveja que havia consumido dentro do mercado.

Assim que acabei de passar o cartão, isso às 2 da matina, chega um casal jovem com um saco de Wiskas na mão. Apenas uma saco de Wiskas e mais nada.

Fiquei pensando que tipo de gente era aquela que sai ou resolve passar no mercado às duas da madrugada para comprar apenas: um saco de Wiskas. Ainda procurei outro produdo entre as suas mãos para ver se não tinha me enganado. Não, não. Era isso mesmo.

Olhei para o caixa e ele teve vontade de rir. Mas conteve-se. Eu também não ia fazer piada daquela compra inusitada, muito mais pela adiantado da hora e exclusividade do produto comprado, do que propriamente pela compra em si. Se é que vocês me entendem.

Sei lá, talvez eu seja um pouco mais tradicional quanto a certos comportamentos esperados do consumidor. À sociedade protetora dos animais digo apenas que não é nada pessoal, ou animal, com os gatos.

12/14/2006

Palhaço é ele, eu sou é o trapezista.

Essa aconteceu com um amigo meu, mas tenho lá minhas dúvidas quanto a veracidade do fato.
Estava ele com mais dois amigos numa festa, quando um deles se interessou por uma loira deslumbrante que carregava à tira-colo um negão 3 por 4. O maluco começou então a secar a loira sem que o negão percebesse.
Vendo o risco daquilo, meu amigo alertou que não ia entrar em briga de ninguém pra ajudar, no máximo pra ajudar a bater. Mas o frend, doido pela loira, parecia disposto a tudo para conquistá-la. Foi aí que o negão percebeu o olho grande dele sobre os air bags da loira. Olhou feio, fez cara de mal, mas não passou disso.
Bolinha vai, bolinha vem, o negão resolve ir ao banheiro. Aí o gaito fala para aquele meu amigo e o outro:

- Fica de olho no negão e me avisa quando ele sair do banheiro.
- Tá louco rapá, perdeu a vontade de viver?
-Não, é sério, vou falar com a loira.

E foi, partiu a milhão atrás do rabo de saia. O pior(ou melhor para ele)foi que a loira deu corda. Meu amigo e o amigo dele mal podiam acreditar no que viam. E de tanto não acreditar, esqueceram do negão.

No exato momento que o corajoso anotava o telefone de loira no celular, chega o negão do lado já bufando no cangote do cidadão.

- Você é palhaço rapaz?

Sem saber o que fazer, veio a iluminação divina na hora do desespero. Virando-se e apontando para o meu amigo, disse:

- Tá doido, palhaço é ele. Eu sou é o trapezista.


Caso verídico, acredite se quiser.

12/13/2006

Encontro com Papai Noel na fila do banco.

Fui pagar uma conta essa semana e quando chego na fila encontro ninguém mais ninguém menos do que o Papai Noel em carne e osso. Muito mais carne, é verdade, tinha uma barriga saliente certamente cultivada por anos daquela sagrada cervejinha gelada.

Não pude evitar um sorrisinho de canto de boca e acho que ele logo percebeu que o reconheci. Mas fiquei na minha. Ele também.

Depois de um tempo perguntei, meio que pra quebrar o gelo: você não já tem direito a fila especial? Ele me olhou com seu ar bondoso e paternal e disse na maior cara dura.

-Só tenho 64 ainda.
- Aham, mas faz aniversário agora dia 25?
- Não, não....

Ele desconversou. Minha indireta o constrangeu, como se tivesse lhe tirado o encanto do anonimato.Não era minha intenção, pelo menos consciente ( essa de jogar as culpas todas pro inconsciente é uma saída estratégica genial criada por Mr.Freud, que Deus o tenha em bom lugar). Após um silêncio desconfortável e algumas chamadas dos caixas do banco, puxei outro assunto. Aliás, pensando bem, tenho quase certeza de que foi ele que puxou o assunto do caos aéreo no Brasil. Conversamos longamente tecendo nossas opiniões sobre o embróglio e suas consequências até que novamente sem intenção, disparei:

- Fico pensando como Papai Noel vai se virar para cumprir seus compromissos.

Ele esbugalhou os olhos e deu uma longa gargalhada disfarçando o "ho-ho-ho"para não parecer ridículo. Mas antes que o clima ficasse constragedor o próximo a ser atendido foi o bom velhinho, que depositou um calhamaço de faturas no balcão de atendimento. Deve tá pagando ainda os presentes do ano passado, pensei.

Fui atendido em seguida, paguei o condomínio rapidamente e, antes de ir, me despedi já fazendo meu último apelo pra São Nicolau.

- Tchau gente boa, prazer em conhecer, esquece da gente não.Até ano que vem.

12/12/2006

O moscão

Essa é muito boa, presenciei tem uns dias num supermercado 24 horas perto de casa. Um casal de meia idade(seus 45 anos, mais ou menos) estava na seção de padaria. A mulher, uma típica perua com bolsa à tiracolo, volta-se para o amado e pergunta apontando para uma mesa, com uma espécie de "mosquiteiro" que protegia as guloseimas(brioches, salgados, pães especiais) de insetos.

- Bem, qual você vai querer?

O bem amado, ergue o dedo indicador e vai acompanhando o movimento daquele moscão que sobrevoa o adocicado ambiente interno do "mosquiteiro" e diz na lata, assim que o moscão pousa num maravilhoso brioche.
- Acho que vou querer aquele ali com cobertura de moscão.

12/08/2006

Descobri que tenho uma leitora: minha Doutora preferida.

Bom, tava meio sem gana de continuar com esse projeto paralelo. Mas descobri hoje que tenho uma leitora especial, minha maninha Deane. Por causa dela, que também é minha Doutora preferida, tô retomando o Blog ad infinitum. Não vou parar mais, até porque quem fica parado é poste....hehe....Aliás, essa parada não foi intencional, foi em decorrência de muito trabalho e, confesso, uma certa revolta com a situação global e local, nos aspectos: políticos, sociais, culturais, humanísticos, comportamentais e etc e tais. É uma revolta congênita, existe isso maninha?..hehe..Beijos do seu mano que também te ama muito.

9/24/2006

O papa era Pop.

Enquanto os 2 mundos seguem dando cabeçadas rumo à 3 guerra mundial... os zé-povinhos que mais rezam no mundo continuam procurando uma forma eficaz e discreta de acabar com a vida de um doce e inocente velhinho, suspeito, segundo famoso escritor alemão, de ter servido à SS, a famosa polícia anti-semita de Hitler.

Eu, que não sou bobo nem nada, continuo achando que existe alguma coisa muito errada com esse mundo. Quem assistiu Matrix, e não foram poucos, sabe do que tô falando.

Ah, em tempo, tão falando por aí que Bin Laden morreu de tifo. Certamente, essa não era a morte que o pai do Bin queria para seu rebento. Eita morte besta. Será que realmente a Matrix pregou essa peça na Alcaida?

9/04/2006

A triste sina da cidade antinatural.

A cidade atrai, chama, convida nossa natureza ao masoquismo. Sua essência antinatural é tão gritante que sempre nos leva à refletir no porque de insistirmos, dia após dia, em toda essa loucura. Quem nunca pensou em largar tudo e morar no interior campestre ou em um pequeno município na beira do mar?

Tenho as vezes a impressão de que a cidade conspira contra a nossa sanidade mental. Engarrafamentos, filas para tudo, prédios emparedando o céu e muitos outros constrangimentos à nossa verdade animal.

A cidade nos pede provas a cada esquina, nos transformando em reféns de nós mesmos. Nos exige mais e mais e mais e mais. Até que um dia resolve nos presentear com um valoroso pedaço do que prometeu ser nosso habitat.

8/30/2006

Sobre limites

Somos um grande poço de limites. Desde criança são eles que nos lapidam, dia após dia, para viver em sociedade. Ninguém pode sair por aí fazendo o quê dá na cabeça. É errado, todo mundo sabe.

Olhe em volta, vê alguém tentando quebrar regras mundialmente aceitas e constituídas? Vamos, não tão rápido, olhe mais um pouco.

Salvo os caras que são artistas, trabalham no circo ou são malucos, ninguém tá autorizado a se comportar assim. Limites são simples e pedem só uma coisa a você: ordem. Até na desordem, de preferência.

Então, pense bastante da próxima vez que você sentir uma vontade incomum de sair por aí fazendo coisas e esquecer dessa coisa básica que qualquer criança aprende ainda no jardim de infância.


8/22/2006

Não sei se Lula é bom ou ruim. Talvez seja menos pior, sob um certo aspecto.


Quando acompanhamos alguns bons números do governo Lula a gente fica se perguntando o que seria esse gorverno se houvesse um compromisso verdadeiro com a ética, a moral e, principalmente, com o sofrido povo brasileiro.

Fica uma sensação de angústia por saber que poderíamos estar comemorando uma brilhante retomada brasileira rumo à consolidação de uma nação digna de se viver e pela qual sentiriamos orgulho de dar o suor nosso de cada dia.

Mas tudo virou lama e descobrimos qual era, e ainda é, o real interesse da "panelinha" do Lula: se perpetuar no poder fazendo caixa para implantar sua disnatia, para não dizer ditadura.

E olha que tenho lá minhas dúvidas se o Barbudo não vai querer seguir o exemplo do Huguinho, Evinho e Fidelzinho depois de reeleito.

Posso até apostar numa intervenção dele na nossa constituição para conseguir ficar o tempo que quiser no poder, usando sua figura de "paladino da justiça" e "detentor da moral e bons costumes" junto à massa de manobra criada no berço de décadas de descaso com a educação brasileira. Diga-se de passagem, ninadas pelas mãos da própria "oposição".

Mas, caso Lula faça realmente isso, acredito que ele vai cometer o maior erro da sua vida política.

O povo brasileiro não vai aceitar um retrocesso tão grande na sua já combalida democracia.

Quem viver verá.



Veja alguns números da era Lula:

( Fonte Economática e Folha On line)

Veja abaixo o balanço divulgado pela Economática dividido entre os principais setores com suas comparações entre o segundo mandato de FHC e os três anos e meio de Lula (todos os valores foram ajustados pelo IPCA):

Petrobras - Lucro de R$ 42,285 bilhões sob FHC e de R$ R$ 77,439 bilhões sob Lula.
Energia elétrica - Prejuízo de R$ 17,847 bilhões sob FHC e lucro de R$ 14,753 bi com Lula.

Bancos - Lucro de R$ 31,937 bi com FHC e R$ 57,637 bi sob Lula.

Siderurgia e Metalurgia - Lucro de R$ 5,279 bi com FHC e de R$ 28,554 bi com Lula.

Mineração - Ganho de R$ 12,514 bi com FHC e R$ 29,195 bi com Lula.Papel e Celulose - Lucro de R$ 3,909 bi com FHC e R$ 10,954 bi com Lula.

Química - Lucro de R$ 2,375 bi com FHC e R$ 8,122 bi com Lula.

Transporte - Prejuízo de R$ 2,353 bi com FHC e lucro de R$ 2,059 bi com LulaTelecomunicações - Ganho de R$ 9,469 bi com FHC e de R$ 13,777 bi com Lula.

Alimentos e bebidas - Lucro de R$ 4,683 bi com FHC e de R$ 8,203 bi com Lula.

Veículos e peças - Lucro de R$ 4,950 bi com FHC e de R$ 4,187 bi com Lula.

8/21/2006

No Orkut dos outros é refresco.












O Orkut, maior site de fofoca da internet, adotado com amor pelos brasileiros como sua fonte preferencial de bisbilhotagem da vida alheia; se recusa veementemente a prestar informações às autoridades policias tupiniquins quanto aos seus perfis racistas, pedófilos, homofóbicos e etctróficos.

Nos EUA, porém, o Google, dono do sitezinho xereta, divulga aos 4 cantos sua política de "Tolerência Zero" contra esses mesmos crimes, que no Brasil acha normal.

Mas está na cara. Todo mundo sabe porque o Orkut usa dois pesos e duas medidas nesses casos.

É pelo simples fato de que aqui ninguém obedece à lei.

E não vai ser uma emprezinha Estadunidense que vai mudar as regras na terra brasilis.

8/16/2006

Exercício de futurologia. A resposta certa era a opção B.


Nos excelentes livros A Terceira Onda e Choque do Futuro, escritos na década de 70 e 80, Alvin Toffler tece um exercício filho-da-puta de futurologia e acerta muito sobre a realidade de nossos tempos frenéticos. Só pra você ter uma idéia, o autor passava 10 anos viajando pelo mundo e fazendo pesquisas para fechar uma obra.

Em “A Terceira Onda”, especialmente, ele cita a Revolução Tecnocientífica, com suas diversas definições mundo afora, e teme que tudo poderia se transformar em, pura e simplesmente, mais do mesmo.

Essa passagem não sai da minha cabeça, nunca saiu. Acho que é o que chamam de “idéia fixa”. Coisa de maluco, vá entender.

Mas fugindo do lugar comum do papo pseudo-intelectual, que só enche o saco e não leva à porra nenhuma, e entrando na seara da praticidade, do questionamento direto, pergunto:

Pra onde o mundo está indo com toda essa pressa tecnológica irracional?

Essa, segundo o próprio Toffler, é uma pergunta típica de alguém da segunda onda de mudanças. De alguém que ainda sofre as más influências da Revolução Industrial do século XVIII. Talvez sim, do ponto de vista daquela década de conclusão da obra, que por aqui ficou conhecida como "perdida". Hoje, no entanto, estou aqui nesse futuro "previsto" e não consigo ver nada realmente diferente do famigerado: mais do mesmo.


Não há dúvidas de que o cara atirou no que viu e acertou no que também viu. Nem de longe, porém, foi aonde apostou suas fichas.A resposta certa era a opção B.

8/14/2006

Hoje é segunda-feira

Hoje não conversaremos. Hoje não seremos cordatos. Nada de educação, nada de bom-dia ou boa-tarde e vamos todos dormir sem boa-noite. Hoje é a selva que prevalece, é cada um por si, mesmo. Hoje o homem é por definição um animal, ultra-irracional. Então, não vamos fingir que somos socialmente viáveis. Pelo menos uma vez sejamos verdadeiros para admitir nossa verve traiçoeira e selvagem. É, hoje só vale se for no mano a mano. Hoje é o dia da verdade. Hoje é segunda-feira.


8/10/2006

CONTRA-ATAQUE EM BURKINA FASO





Capítulo 1 - O capanga do Algoz.

O óbvio acabava de dar de cara com o que tava bem embaixo do meu nariz durante aqueles 60 longos dias em Burkina Faso. O elo tinha se fechado quando vi Jonh Wiltaker levantar sua Taurus em direção ao piloto do helicóptero que acabara de pousar naquele solo, amaldiçoado por Deus. Pelo menos, desde uns 3 séculos pra cá, depois do XV e XVI, quando Burkina era um importante entreposto comercial do Império Songhai.

O tiro dilacerou o pescoço do piloto e Wiltaker correu para fazer parar as hélices da aeronave, que por pouco não emborcava cortando ao meio toda aquela gente que fazia fila para se salvar da miséria e cair nas garras de uma instituição com fortes influências demoníacas.

- Todos para trás... Paul, leve todos para o abrigo e não queira dar uma de herói, você sabe bem o que uma bala desse bebê pode fazer no seu corpo - Wiltaker ordenou enquanto jogava o corpo do comandante na Savana subsaariana.

Dias antes tive umas aulas com ele para tentar me proteger de algum levante dos Manugaras, os cortadores de cabeça. Uma etnia hostil até para os níveis de alta tolerância à crueldade de Burkina Faso.

Mas como o desempenho foi aquém do esperado pelo meu desumano professor, não tive permissão para portar nem um 38, o que achei conveniente pra minha consciência já tão solapada com as recentes descobertas sobre aquela missão filantrópica .

Os “sub-humanos” se alvoroçaram quando viram que não iam sair do inferno. Gastei meu francês para tentar acalmá-los, tentei um dialeto local para acabar com a histeria das mulheres e assim conseguimos chegar ao abrigo. O restos de comida estavam por toda parte, a fogueira improvisada chiava tentando não apagar após os 5 litros de água jogados antes de irmos para o heliponto. Era assim que o Wiltaker chamava a clareira no meio do resto de selva intertropical, uma forma de humor negro que o divertia bastante e que esperava de mim ao menos um sorriso.

A noite ia ser bem longa e os bicudos tirariam grandes nacos de carne daquela gente que não tinha nem isso para oferecer aos famintos mosquitos. Quis distribuir um pouco do meu repelente, mas desisti para evitar que me matassem tentando salvar suas peles.

Achei que talvez minha monstruosidade não fosse menor que a do Wiltaker. Tirei a idéia diabólica da cabeça, estava querendo salvar aquela gente e não matá-los.

Durante a madrugada, os urros dos leões ficavam cada vez mais próximos. Wiltaker tinha contratado dois capangas do Niger que se revezavam na vigília da sua barraca, estrategicamente posicionada em frente à dos prisioneiros, estas totalmente cercadas por arames farpados impediando as feras de se aproximar.

Os urros eram aterrorizantes, alguns nativos diziam que já dava até para sentir o hálito das feras. Muitos, por se acharem protegidos pela cerca, dormiam muito próximo à lona. E foi por isso, que um grande leão, achando uma brecha na cerca, conseguiu rasgar as costas de um homem de 25 anos com aparência de 50.

O grito cortou a noite fria e deixou todos em sobressalto no meio do abrigo. Todos, menos o pobre infeliz com as costas retalhadas pela fera. Caiu morto, pulmões e fígado à mostra. Os capangas e o próprio Wiltaker ainda acertaram uma bala de raspão no felino, que sumiu no meio da noite.

A morte era uma questão de tempo ali, para todos. Pensei na minha filha em Paris, prometi que se saísse daquela tomaria coragem e a procuraria. Mas já prometera isso antes, talvez preferisse a morte do que demonstrar sentimentos tão embaraçosos e ainda correr o risco de não ser aceito. Se aquele dia amanhecesse, ia preferir arriscar.

( Continua, mas deve demorar. Ou não.)

História do Burkina Faso (Diversas Fontes)


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Pré-história
Tal como toda a África ocidental, o Burkina Faso foi povoado em tempos remotos, com destaque para os caçadores-recolectores da parte noroeste do país (12 000 a 5 000 a.C.), cujas ferramentas (raspadeiras, cinzéis e pontas de seta) foram descobertos em 1973. Entre 3 600 e 2 600 a.C. surgiram povoamentos de agricultores, e os vestígios dessas estruturas deixam a impressão de edifícios relativamente permanentes. O uso do ferro, cerâmica e pedra polida desenvolveu-se entre 1 500 e 1 000 a.C., tal como a preocupação com os assuntos espirituais, como é demonstrado pelos restos de enterramento que têm sido descobertos.
O Burkina Faso foi uma região economicamente importante para o Império Songhai, que existiu entre o século XV e o século XVI.
Relíquias dos Dogon são encontradas nas regiões centro-norte, norte e noroeste. Este povo saiu da área entre os séculos XV e XVI a.C. para se ir instalar nas colinas de Bandiagara. Encontram-se restos de muros altos no sudoeste do Burkina Faso (e também na Costa do Marfim), mas o povo que os construiu ainda não foi definitivamente identificado.
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Da colónia à independência
Em 1896, o reino Mossi de Ouagadougou tornou-se protectorado francês depois de ser derrotado pelas forças francesas. Em 1898, a maior parte da região que corresponde hoje ao Burkina Faso foi conquistada. Em 1904, estes territórios foram integrados na África Ocidental Francesa, no coração da colónia do Alto-Senegal-Niger (Haut-Sénégal-Niger).
Os seus habitantes participaram na Primeira Guerra Mundial nos batalhões da Infantaria Senegalesa (Tirailleurs sénégalais). O território foi originalmente administrado a partir da Costa do Marfim, mas transformou-se numa colónia separada em 1919. A 1 de Março de 1919, François Charles Alexis Édouard Hesling transformou-se no primeiro governador da nova colónia do Alto Volta, que foi dissolvida a 5 de Setembro de 1932, sendo dividida entre a Costa do Marfim, o Mali e o Niger.
A 4 de Setembro de 1947, o Alto Volta foi recriado nas suas fronteiras de 1932. A 11 de Dezembro de 1958, alcançou o auto-governo, e tornou-se numa república membro da Comunidade Franco-Africana (La Communauté Franco-Africaine). A independência completa foi atingida em 1960. O primeiro golpe militar ocorreu em 1966, e o país regressou ao governo civil regressou em 1978. Em 1980 deu-se outro golpe, liderado por Saye Zerbo, que foi derrubado em 1982. Um contra-golpe foi lançado em 1983, deixando no poder o capitão Thomas Sankara. O actual presidente é Blaise Compaoré, que chegou ao poder em 1987 depois de um golpe de estado que matou Thomas Sankara.

8/08/2006

Revolta no Divã



Puta que pariu. Caralho. Porra. Foda-se esse doutorzinho e todo mundo. Vai tomar no cú filho-da- puta. Miserável de uma figa. Você só quer analisar é seu extrato bancário com o meu depósito bem gordo. Sacana. Filho de uma vaca. Sabia que eu posso te processar por falta de profissionalismo, babaca? Mané. Idiota. Descarado. Vil, Vil, mil vezes Vil.

- Sr. João Antônio, o senhor é o próximo.
- Tudo bem Doutor Maurício?Há quanto tempo.Senti sua falta.
- Oi João, tudo bem?
- Agora sim, bem melhor.
- Ah, já ia me esquecendo. Minha consulta aumentou para R$150 . Ok?
- O quê?

Puta que pariu. Caralho. Porra. Foda-se, seu doutorzinho de merda. Vai tomar no cú filho-da-puta. Miserável de uma figa. Você só quer analisar é seu extrato bancário com o meu depósito bem gordo. Sacana. Filho de uma vaca. Sabia que eu posso te processar por falta de profissionalismo, babaca? Mané. Idiota. Descarado. Vil, Vil, mil vezes Vil.

Fica com a porra do seu consultório e seus conselhos de merda.

Vou nessa babaca.

8/06/2006

A Urologista


Capitulo 1

Onde a dor é dilacerante

Não era muito chegado a médico. Nem tampouco a doenças. Evitava até falar a palavra para não atrair. Mas a ardência na hora de tirar água do joelho estava passando de todos os limites. Temia até, absurdo, tomar a sagrada cervejinha com os amigos. Esse inocente hábito agora representava algumas sessões de tortura no intervalo da resenha. Mas não podia e não ia ficar refém do medo, decidiu encarar o problema.

Ia lá sim, mostrar o centroavante matador pro doutor e voltar à normalidade de bate-papo na boemia com os chagados do bairro.


Tava decidido, assim que amanhecesse ligava de um orelhão e marcava a consulta.

Dormiu mal aquela noite. O calor fez esquecer da ardência e bebeu grandes 2 litros d’água antes de puxar o ronco. Se arrependeu ardidamente. Quando o despertador acusou 6 horas, já tinha contado 3 idas ao banheiro e uma ameaça de mijada com requintes de crueldade. Aquilo era pior do que ir ao temido Dops.

Tomou café, um menorzinho para não inchar a bexiga, e comeu um pão integral e uma maçã, evitando assim piorar o quadro. Abriu as páginas amarelas, folheou até a seção de médicos, correu as vistas mais um pouco e encontrou a especialidade procurada – urologistas. Correu o dedo na lista e fez papai-do-céu mentalmente. Encontrou um nome: Doutor Fernando Correia Barros. Discou depressa e comprimiu a bexiga de encontro ao acento para diminuir a dor, que voltava. Apertou a medalhinha de Santo Expedito e pediu ajuda.

Um, dois, três, quatro toques e nada. Caiu na caixa. Resolveu tentar outro. Não podia se dar ao luxo de escolher médico naquele estado.


A dor era dilacerante. Não resistiu e deixou a lista cair ao chão. Chorou e chamou por Nossa Senhora prometendo que largaria a cerveja por uma semana se saísse daquela. Calculou que seria mais ou menos esse o tempo de tratamento. O otimismo é o que cura o homem, pensou. Respirou fundo.Pegou a lista do chão, correu o dedo novamente e encontrou outro nome: doutor Lucimar Cardoso Ferreira. Discou com a mão trêmula e no segundo toque atenderam.


- Consultório da douto....
- Minha filha, minha querida, por favor, é caso de urgência. Me vê uma consulta com Doutor Lucimar aí o quanto antes. Acho que tô com infecção urinária grave.
- Pois não senhor, temos um horário em aberto às 10 horas.
- Pra mim está ótimo, confirma aí. Se puder até ser antes.
- Infelizmente senhor, só temos esse horário hoje.
- Tudo bem então, pode confirmar.
- Qual o seu convênio senhor?
- Quero particular.
- Seu nome completo?
- Oswaldo Guido Souza.
- Prontinho Sr. Oswaldo, está marcado às 10 horas com a douto...
- Obrigado minha filha. Tchau.
Desligou e correu pro banheiro para mais uma sessão de tortura.


(continua)



8/03/2006

Radicalismo, fisiologismo e entreguismo . 3 alternativas para o Brasil.


A que ponto chegamos. O Brasil, um país riquíssimo, vai eleger em outubro uma dessas 3 "forças" políticas. A opção radical, se é que podemos chamar assim, seria um voto de protesto, um grito de raiva para tudo isso que está aí. Mas pode se transformar em "mais do mesmo", claro, depois de eleita. Suas atitudes narcisistas são um sinal de fumaça. A segunda opção é o referendo a o citado "mais do mesmo", com todos os seus jogos de interesses, negociatas e os "toma lá, dá cá". Seria um vôo cego, com o comandante totalmente vendado para escândalos gigantescos de corrupção. A terceira opção é uma "Volta aos tempos do Brilhantismo Verborrágico". Gorvenar bonito para banqueiros e dizer ao povo que o social é a prioridade.Na verdade, tudo é um grande tabuleiro de W.O. onde nós somos as peças. Enquanto a sociedade civil não se organizar e criar mecanismos de cobrança aos nossos governantes, os caras vão continuar a pensar que são os donos da terra brasilis. Você vai deixar?

Paulo André Guimarães é idealista sazonal. Ou não.




8/02/2006

O Monstro dos juros altos tem cara de quê?


Durante muitos anos o Brasil conviveu com o famoso dragão da inflação, que tocava fogo no nosso dinheiro sem dó nem piedade. De alguns anos para cá, desde a criação do plano real, esse dragão tão aterrorizador veio perdendo seu voraz apetite e hoje podemos dizer que está domesticado. E, salvo algum “flash back” irresponsável do próximo governo eleito, ele deve permanecer assim.

O leão do imposto de renda também é bastante assustador e vira e mexe assombra as noites mal dormidas dos brasileiros. A malha fina é o ápice do pesadelo, quando não há mais saída e o bichano abre sua bocarra para devorar nossos bolsos.

Após ler mais um dos brilhantes artigos da Miriam Leitão no jonal O Popular, no qual ela falava justamente da necessidade que o Brasil tem de contornar a “pedra” do juros altos me veio à mente essas imagens do Dragão e do Leão.

Apesar de falar metaforicamente da pedra, a Miriam não transformava a mesma na “Grande Pedra dos Juros Altos”, dando forma de “monstro pedra” ao mais novo inimigo do povo brasileiro; coisa que para mim, a partir daquele texto, se fez extremamente necessária, pois para derrotar o inimigo é preciso conhecê-lo, nomeá-lo e assim exterminá-lo. Conclui, que o imaginário popular exige uma forma para esse monstro.

Refletindo um pouco mais, me perguntei porque o governo não lança um concurso para eleger qual a figura representativa desse novo inimigo número 1 da nação.

A pedra, que precisa ser contornada, da Miriam Leitão é uma das opções. Sugiro também algumas: uma enorme anta preta, um burro empacado ou uma enorme engrenagem quebrada.

Depois de escolhido o nosso monstro, vem a fase da escolha do melhor nome para batizá-lo, tipo: Anta jurássica, Burrico empacado do juros altos, Monstro da engrenagem quebrada, etc. Podemos fazer um votação em diversas capitais para chegarmos ao nome ideal como tem feito o Cob para o Sol que será o mascote do Pam do Brasil.

É isso aí, o desafio de revelar ao mundo mais esse triste monstro genuinamente brasileiro está lançado. Como diria o grande Sun Tzu, autor do mundialmente conhecido “A Arte da Guerra”: Se conheces os inimigos e conheces a ti mesmo, nem em cem batalhas correrás perigo; se não conheces os inimigos, porém te conheces a ti mesmo, perderás umas batalhas e ganharás outras; se não conheces os inimigos nem te conheces a ti mesmo, correrás perigo em cada batalha.

Então, não percamos tempo, precisamos conhecer esse inimigo urgentemente.

por Paulo André Guimarães - Redator Publicitário e Escritor ocasional, sub-30.
paullodesousa@hotmail.com

8/01/2006

A maior decepção na vida do seu Manoel da padaria foi descobrir que seu filho queimava a rosca. Ficou muito infeliz por saber que todo o esforço que tinha feito para ensinare tudo que sabia do seu ofício ao fedelho, não servira de nada. Pensou. Se até aos ouvidos dele já tinha chegado a notícia que o Joaquinzinho não tinha a mínima atenção com as fornadas de rosca, certamente, era porque já tinha chegado ao conhecimento da vizinhança toda, de certo. Concluiu.