11/08/2007

Fundo de Garrafa

Uma hora sara, você vai ver.

Uma hora, Sara, você vai ver.

Sara, às 13 horas, você vai ver.

Ninguém merece 8 graus de miopia.

11/07/2007

Olhar de boi.

Olhar de boi,
melancólico olhar de boi
sem maldades, sem veladas maldições
melancólico olhar de boi

talvez uma prova inconteste
de sua cepa Divina
com sua alma albina.

8/06/2007

Desova - II

O ponteiro do marcador de velocidade batia ferozmente nos 180 Km/h. Até as crianças ficaram quietas sentindo minha tensão e medo. Não consegui disfarçar, quem conseguiria? Talvez um esquimó com o coração amaldiçoado pelo frio. Uma vaca aparece do nada a menos de 500 metros, as crianças gritam enquanto os pneus cantam. Vai bater, vai bater. Não, não. Puxo o freio de mão e giro o volante. O tombo é lateral amassando toda a lataria. As crianças gritam, mas estão bem após o susto. O animal pula, muge ameaçadoramente e sai dando pinotes para dentro do pasto. Meu coração dispara, respiro fundo e vou conferir o estrago. As duas portas dos caronas estão travadas, mas isso é nada diante da alegria de estarmos todos sãos e salvos. Ver a morte de perto duas vezes na mesma viagem já era mais que suficiente. Comecei a lembrar de alguns Road Movies meio loucos, como: a morte pede carona e encurralado. Tirei da mente...pensar positivo, pensar positivo. Era isso que precisava agora. Além de tudo, as crianças não poderiam perceber a minha preocupação. Segui em frente e liguei o rádio pra relaxar.Não consegui. Mudei de estação em busca de notícias sobre o crime. Cai num desse programas bizarros, daqueles que se espremerem jorra sangue. Após 10 minutos ouvindo as vozes do submundo, nem uma vírgula sobre cadáveres aos quilos em estrada alguma. Mais 20 minutos e nada de notícia extraordinária. 1 hora depois, chegamos ao hotel fazenda. Despachei as malas e acomodei as crianças. Voltei rápido pro carro e ainda pude ouvir o final do noticiário. De novo, nada sobre o massacre. Talvez, justo na hora de dar entrada no hotel, houve algum comentário, pensei. (continua)

7/11/2007

7/03/2007

Desova - I

Viagens longas costumam ser prazeirosas. A menos que cadáveres comecem a surgir nas margens da estrada, sem prévio aviso e sem levar em conta o amanhecer que parece não ter pressa de deixar o japão . As crianças começam a perguntar: papai o que é aquilo? e aquilo? e aquilo lá? caraca, tem um monte pai!! E você só pensa em pisar fundo na esperança de chegar o mais rápido ao posto da Polícia Rodoviária e dar sorte de encontrar um prestativo agente do estado disposto a acreditar naquela história sem pé nem cabeça logo nas primeiras horas do dia, ainda noite.
Mas a cena não quer mais sair da sua mente e você começa a fazer conjecturas de quem seria aquela gente.
Será que um Serial Killer teria aparecido de repente num povoado da região e feito um caminho de corpos para não se perder na mata?
Será que alguma seita promoveu um suicídio coletivo ao ar livre?
Será que narcotraficantes deram uma lição numa cambada que desviou 50 quilos da branquinha da boa, que ia abastecer a sociedade paulistana no fim de semana?
Não pareciam, pelo menos a 160 km/h, bandidos. Algo muito estranho estava acontecendo ali. E não era ele que iria ficar parado naquela ermo Posto da Policia para saber os detalhes do macabro achado.Preferia garimpar os detalhes nos noticiários da TV ou no diário matinal depois da chegada ao destino......(Continua)

4/06/2007

Sobre disciplina

Dedos fora de rítmo de jogo. Mas vamos lá. Pra onde mesmo? Quem define um caminho seguro a seguir nessa mixórdia(ótima palavra para começar a mostrar que estou 100% fisicamente)de encruzilhadas e passagens secretas?
É, ainda vejo as peças meio jogadas ao leo no tabuleiro, mas já consigo ver um lógica para acertar o caminho.
Eu que nunca fui muito ligado nela, acabo de eleger a disciplina como meu GPS para saltos mais altos. Porra! Tudo acaba passando por ela, não há como negar. Disciplina sf.1.Conjunto de regras que regem uma organização, atividade, etc.2.Submissão a essas regras.3.Qualidade de quem se submete a leis, ordens, etc 4. Matéria de ensino. 5.Regra, método.6. Ensino, instrução. -> dis.ci.pli.na.do adj
A gente tenta correr da maldita uma grande parte da vida imaginando que ela vai nos escravizar. Descobre tempos depois, que ela na verdade liberta.
Com ela é possível fazer uma coisa escassa no Brasil: planejar. Preparar-se para o que vem pela frente, não ser pego de surpresa na esquina.
Acho que deveria ter uma matéria/disciplina em todas as escolas brasileiras para ensinar nossos estudantes a se organizar, ensiná-los a ser um adulto resolvedor de problemas.
Afinal, o que é a vida senão uma sequência gigantesca de problemas colados? Pequenos, médios, grandes...eles insistem em bater à porta desde o primeiro raio de sol da manhã e, caso você não os mate,vão para cama contigo atormentando seu sono sagrado.
Tá, podem achar esse papo "auto-ajuda" piegas, sem consistência argumentativa, etc. Mas o fato é que nós brasileiros somos despreparados para a disciplina, esperamos as pequenas tarefas se tornarem grandes problemas, deixamos sistematicamente de cultivar bons hábitos, como uma atividade física constante, e quando vemos estamos com sérios problemas de saúde.
Deixamos de saldar uma pequena dívida e quando atentamos ela já é um dinheiro considerável...isso só para ficar em dois exemplos grandes.
Porém, as pequenas coisas também atrapalham nosso dia-a-dia muito mais do que pensamos e mutilam nossas possibilidades de crescimento pessoal e profissional.
Uma técnica que venho adotando desde o início de 2007(isso, foi uma daquelas resoluções de virada de ano mesmo) e que tem me dado ótimos resultados é o agendamento de tudo que quero resolver, desde coisas pequenas, até as coisas grandes. São tarefas cumulativas, mas me comprometo em resolver o máximo que posso em um dia, para que a lista de amanhã não me faça passar vergonha.
Tenho observado que hábitos nascem assim, com a lembrança diária do que é necessário fazer para se chegar a uma estágio mais elevado. Seria como nos games, a próxima fase do jogo. E não adianta reclamar, você só vai mudar de fase quando entender que a disciplina é liberdade e não prisão.

3/10/2007

Ouvido de tuberculoso - I


Costuma se achar o novo Mozart, alardeava aos quatro cantos seu ouvido "mais que absoluto". Não era lenda, era sim capaz de sentir as vibrações sonoras de uma agulha se perdendo no palheiro.
Muitos o consideravam mesmo como uma espécie de mago, imagem que gostava de alimentar perante seus admiradores.Nunca admitia gritos de nenhuma visita, aquilo feria seus tímpanos, que chegavam até a sangrar algumas vezes. Falava baixo, tão baixo que seus interlocutores precisavam se aproximar para escutar suas queixas sobre o mundo e seus problemas crônicos. Durante a vida, as coisas foram falhando, mas a audição nunca. Perfeita, como um equipamento de recepção de som de última geração. Olho deu catarata, próstata deu câncer, coluna deu bico de papagaio, figado deu cirrose. Pensava que só mesmo a providência divina para explicar aquilo. Que na verdade, não era apenas "aquilo", porque acoplada ao ouvido absoluto vinha a memória que o permitia executar mais de 800 músicas clássicas sem a ajuda de qualquer partitura.

2/16/2007

É todo um processo.

Eh, não deu pro Guga ainda.Mas vendeu caro a derrota, o Saretta suou pra ganhar.Outra vez nosso maior tenista vai ter que cultivar a paciência, coisa que ele, como bom torcedor do Havaí, faz muito.Já vejo a fila indiana de pequenas raquetes de Squash sendo adubadas diariamente por nosso campeão. Quem sabe em breve, ele possa colher as mais belas e fortes Wilsons,Heads, Babolats,etc

2/14/2007

Agora é pra valer.



Não quero ser demasiadamente otimista, mas acredito que vimos, na estréia do Aberto do Brasil, mais um milagre do Filé, o fisioterapeuta que recuperou o joelho de Ronaldo Fenômeno.

Guga jogou bem,encaixou os golpes dos bons tempos, embora tenha enfrentado um adversário com um pequena lesão no ombro, o que facilitou um pouco a sua vitória, coisa que ficou clara pelo placar folgado. Não se tratava de um oponente fraco é bom que se diga.

Vamos aguardar a próxima partida para ver se aquela velha confiança nas paralelas indefensáveis está de volta. Eu acredito e o Guga merece pela luta e perseverança

2/12/2007

Calor humano, calor humano.




Essa aí da direita vai ser a foto do ano pra mim. Um casalzinho de 5.000 anos abraçadinho no seu leito, de morte. É uma imagem capaz de amolecer até os corações mais duros. Comparo ela àquele célebre click do beijo que um esperto marinheiro deu numa desprevenida gatinha na Times Square. Não faz muito tempo o Fantástico reproduziu uma reportagem com o reencontro dos personagens dessa foto que correu mundo e comoveu corações...hehe...haja paixão! Para não perder o pique desse momento love story, vou mandar uma poesia que nunca saiu da minha cabeça desde que a li. É de CDA, Carlinhos Drummond de Andrade.Ganhei muitas gatinhas com ela. Fácil, fácil.

Um ser busca outro ser
e ao conhecê-lo
acha a razão de ser.

Já unidos, são dois em um.
Amor sublime, selo que a vida imprime:
cor, graça e sentido.

Amor, eu disse,
e floriu uma rosa.
Embalsamando a tarde melodiosa
no canto mais oculto do jardim,
mas seu perfume não chegou a mim.

2/07/2007

Chico Ciência sabia das coisas.

Parece que aqueles caras que sabem muito da vida, estão fadados a morrer cedo. Como se não fosse permitido a eles completar a sua obra.A maioria detona a própria vida é verdade, outros porém, vivem numa intensidade acima da média e são "punidos" por isso. Viver demais é arriscado. Pode-se mexer com o equilíbrio sublime do mar de mediocridade e acabar se afogando. Mas Chico Ciência não morreu na praia, sempre será lembrado pela sua liderança na revolução sonora que fez na música popular brasileira. Salve Chico!


2/03/2007

Dia leve. RA, para você.

Leve o dia leve. Não vá com tanta sede ao pote. Respire, conte até 10 antes de dar a primeira pedrada. Respeite o ritmo do momento. Acelere o pensamento, mas mantendo o estado zen nos seus movimentos. Faça como a água, seja maleável, amoldando-se às situações. Como aquele sábio inveterado já dizia: antes de chegar, pense no caminho. Esteja convicto que qualidade é infinitamente mais importante que quantidade. Sua escolhas vão ditar seus resultados e definir seu futuro. Ter paciência e tranquilidade antes de definir seu próximo passo é a chave que abrirá muitas portas para você. Feito isso, você já está pronto para a grande viagem do auto-conhecimento. RAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!

Aproveitando esse raro momento de transcedentalismo, lá vai. Vi lá no JMC e também acho o vídeo bonitinho pra chuchu.

1/27/2007

Filosofia de botequim - Exercício I

- Penso que a vida é desenhar sem borracha. Lógico que sem recursos eletrônicos, claro.
Já para mim, viver é não ter a vergonha de ser feliz, sabe?
- Que naaaada Alfredinho, a vida ensina não se aprende a viver, é um longo tempo entre um "não" e um "sim".
- É, pode ser, mas uma coisa também é certa: da vida só se leva a vida que a gente leva.
- Aí eu assino em baixo com certeza, não tem definição mais completa e embasada filosoficamente que essa, do ponto de vista estatístico porém, viver é 99% de transpiração e 1% de inspiração. Portanto, reforce no desodorante antes de sair de casa, você está com um CC desgraçado Alfredinho.
-Desce mais uma rodada de chop que a inspiração já tá subindo e o sangue quente também.Quer saber, penso que, eu que não fico sentado num apartamento, com a boa escancarada cheia de dentes, esperando a morte chegar. (pararam, ramram, ramram).
-Sabias palavras, no fundo no fundo, a vida vem em ondas como o mar, e digo mais, num indo e vindo infinito.
-É vero, profundo isso. Maré alta? É, o mar tava pra peixe nesse dia.
-Mas nem sempre é assim você sabe, às vezes fico matutando que êh, ôh, ôh vida de gado, povo marcado êh, povo infeliz.

-Aham, também reflito sobre isso. Mas uma coisa não me sai da cabeça, vou até ser radical agora: vida pra mim é silêncio.
-O quê, silêncio?
- Isso mesmo, silêncio.
- Porra Alfredinho, se você não quer mais filosofar, fala caralho. Paga minha parte aí que tô sem grana, vou nessa.

1/25/2007

Quem foi(ram) o(s) FDP(s) que criou(aram) esses nomes de peixe?

A minha vida contemplativa continua a mil por hora. Pra se ter uma idéia, hoje me deparei com uma reflexão sobre o(s) filho(s) da puta(s) que colocou(aram) os nomes de alguns peixes. Pode ter sido um doido só, ou não, como diria Caê, daí esses "s" e "aram". Mas repare que a putaria parece seguir um padrão, entao fico com a primeira opção.
Veja se tem juízo um maluco que ao ver pela primeira vez um Pacu, vira-se para a turma de pescaria do neolítico e o batiza com esse singelo nome.
Pirarucu também não fica atrás, quer dizer, fica pra quem é chegado. Deve ter sido alcunhado em plena sessão zoófila com requintes de sodomia.
Piranha é curioso, não só pelo fato de generalizar o comportamento sexual de todos os peixinhos com dentadura postiça, como também por já tachar os machos da espécie de falsos ao corpo. Penso que o politicamente correto seria em todas as matérias relacionadas constar o "o" ao final da citação: Piranha(O). Ou o contrário, afinal ainda há um resquício de machismo no mundo que não pode ser desprezado.

Enfim, para não me alongar nessa estressante reflexão etimológica e desovar meu post agendado pra hoje sem falta, vou ficando por aqui. Até porque não me ocorreu outro nome de peixe que algum filho da puta batizou enquanto fazia alguma estripulia sexual por aí.

1/23/2007

O PAC

Lá vem o PAC
PAC aqui, PAC acolá
Lá vem o PAC
Para ver no quê vai dá.
O PAC pateta
Pintou no Planalto
Surrou a Câmara
Bateu no Senado
Pulou o Supremo
No pé do ministro
Levou um coice
Criou um atrito
Comeu um pedaço
Do FGTS
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu na mesmice
Quebrou o BC
Tantas fez o homem
Que foi pra Venezuela.


Hehe...